CURTAS: em 6 periodos

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Período 1

“Certa vez morri. Quando ainda restavam nuvens envergonhadas de si mesmas e pessoas, vultos, em suas montarias aladas voavam em direção ao céu verde, ou pelo menos onde acreditavam esperavam ser o tão esperado Éden.

Vinhas, flores, arvores...nada disso faz sentido, apenas caminhamos e conversamos com indivíduos que insistentemente nos apontam lugares, pessoas e negam identificações.”

Belo trecho? Epifania, mas apenas morri.

Estou quase entendendo o porque de “Deus” criou o homem. Vou acabar criando a teoria da diversão suprema.acho que venderia milhares, não, milhões de copias.

O que seria mais patético que pessoas desesperadas procurando um sentido para suas vidas e quando morrem, vem parar aqui e descobrem que procuraram em vão???

É, também acho...mas estou tentando negociar uma volta para a terra entende? Quem sabe eu consiga.

Aqui é insuportavelmente chato. Estamos tão acostumados a participar e sermos protagonistas de nossas próprias comedias e tragédias, que quando passamos para trás das câmeras achamos chato. Mas também pode ser porque não nos tornamos diretores, não podemos mudar a cena, somente rir – que é o mais comum – ou chorar delas. Não podemos sequer fazer “scripts”  ou coisas desse tipo, isso ficaria para escalões superiores.

Minha ficha foi preenchida. Se me derem condicional vão me mandar para algum canto longe de minha língua mãe. Por mim tudo bem, não devo conhecer mesmo, e alem do mais, só em sair daqui já é um alivio.

Talvez encontre uma Silfide decaída lá por baixo. Eles daqui tentam diminuir a áurea delas, mas nunca se consegue suprimir essas coisas facilmente, em todo caso...estou acostumado a ficar com os restos mesmo.